RBMartins escreveu:No site Santana Fahrer Club tem estas dicas que valem para boa parte dos carros usados, inclusive o Monza:
Parte mecânica
1- AR-CONDICIONADO - Ao analisar o carro, peça para dar a partida e teste o sistema de ar-condicionado. Se o ar não estiver refrigerado em 30 segundos nos difusores, provavelmente há uma avaria no sistema (no caso de Santanas com correia Poli-V, a partir de 1996) ou então a correia do ar-condicionado foi desligada (nos modelos anteriores a 1996). É uma oportunidade de pedir um desconto de no mínimo R$ 500,00 (um sistema de ar-condicionado valoriza o carro em R$ 1000,00), pois os reparos no sistema de ar-condicionado costumam ser caros. Uma revisão geral não sai por menos de R$ 130,00 (R$ 100,00 de recarga + R$ 30,00 do contraste), se alguma mangueira estiver danificada o conserto é simples, mas se o problema for no selo do compressor, prepare-se para gastar um pouco mais. Não é um problema crônico do Santana, mas sim de sistemas de ar-condicionado que ficam sem uso por muito tempo, em qualquer automóvel, de qualquer marca.
2- MOTOR - Passe o dedo na ponta do escapamento. Se estiver oleoso, o motor está queimando óleo. O ideal é que saia uma poeira preta e seca, sem umidade.
3- LUBRIFICAÇÃO - Procure por vazamentos de óleo junto ao cabeçote. É muito comum o respiro de óleo entupir e o óleo acabar saindo pela tampa de válvulas, caindo em cima do coletor de admissão, o que deixa o motor sujo e com cara de “cansado”. Nos motores movidos a álcool, é comum a formação de uma “gelatina” branca no bocal do óleo lubrificante a na vareta, o que é perfeitamente normal. Nos motores movidos á gasolina, o óleo deve estar escuro, o que indica carbonização e é perfeitamente normal. Um óleo com aparência de novo denuncia uma troca recente, talvez para mascarar um defeito.
4- CABEÇOTE - Dê a partida. Nos modelos equipados com carburador, fique atento ao som das válvulas no cabeçote, um “plec-plec” muito exagerado denuncia que as válvulas precisam ter sua folga regulada. Nos modelos injetados, o cabeçote usa tuchos hidráulicos, que podem “bater” um pouco nos primeiros segundos. Essa batida do tucho não deve durar mais do que 1 ou 2 segundos, se demorar mais do que isso, provavelmente os tuchos precisam ser substituídos, ou pior ainda, o proprietário adicionou um óleo muito grosso para esconder o desgaste excessivo do motor. Neste caso, a bomba de óleo sofre para lubrificar adequadamente o cabeçote e os tuchos demoram a carregar. Na dúvida, coloque uma chave de fenda grande apoiada na tampa de válvulas, encoste o ouvido no cabo e “ouça” o funcionamento do cabeçote, como se fosse uma espécie de estetoscópio.
5- RUÍDOS – Deixe o motor alcançar a temperatura normal de operação. Então, acelere um pouco e veja se não existem ruídos metálicos anormais (o famoso “rajado”), que são indicadores de desgaste excessivo e também de manutenção deficiente. Uma aceleração progressiva e vagarosa pode ser feita até o limite de corte da injeção nos modelos injetados (e mesmo nos carburados, mas com bom senso). Em qualquer modelo (carburado ou injetado), acelere e tire o pé do acelerador, veja se o motor não “fuma” (produz fumaça branca em excesso). Fumaça branca indica que o óleo lubrificante está sendo queimado, por causa de retentores de válvulas gastos, um trabalho de fácil solução. Fumaça azulada indica um problema sério de vedação e indica que o motor sofre de “blow-by” (o óleo consegue passar pelos anéis e entra na câmara de combustão).
6- EMBREAGEM - Verifique a força necessária para acionar a embreagem. Com o carro parado, engate uma terceira marcha, acelere até 2000 rpm e vá soltando o pedal da embreagem aos poucos. O motor deve apagar, do contrário, a embreagem está gasta ou comprometida. Verifique também o rolamento, com o carro em marcha lenta
7- CÂMBIO MANUAL - Marchas difíceis de entrar (sobretudo a primeira, em marcha-lenta) indicam problemas no trambulador e/ou sincronizadores gastos. Peça para dar uma volta com o carro e passe as marchas com rapidez e agilidade, se você sentir alguma engrenagem tentando “morder” a alavanca ou qualquer arranhada, provavelmente os sincronizadores necessitam de substituição.
10- SUSPENSÃO – Abra o capô e veja o estado dos batentes superiores da suspensão, localizados no alto das torres. Um batente baixo, rente á superfície da torre é um bom sinal. Batentes que estejam deslocados muito pra cima necessitam de troca.
Se possível, levante o carro em um elevador e, com uma chave de fenda, force as buchas das bandejas da suspensão. Não deve haver muita folga. Verifique o estado geral do agregado (subchassi), pois muitas batidas ou defeitos na suspensão causados por “crateras” podem ser identificados ali.
O eixo traseiro é do tipo semi-independente, simples e robusto, que quase não necessita de manutenção, já que as buchas são projetadas para durar toda a vida útil do carro. Se possível, verifique apenas o alinhamento do eixo traseiro, a geometria do eixo traseiro do Santana e derivados não é regulável, logo, um eixo de torção desalinhado necessitará de troca.
Confira o estado dos amortecedores balançando o carro. Dê uma balançada para baixo, firme, e veja se o carro oscila muito. O ideal é que o carro desça com o empurrão, suba e se estabilize. Se o carro oscilar demais os amortecedores estão gastos.
11- FREIOS – Verifique o nível do fluido de freio e a altura do pedal do freio. Pedal baixo demais indica desgaste acentuado das pastilhas e lonas. Dê uma volta com o carro e procure vibrações no volante durante a frenagem (discos empenados), rumorosidade e chiados (pastilhas gastas) e um certo “vaivém” na frenagem (tambores de freio ovalizados). Por falar em pedais, verifique o desgaste dos mesmos, carro pouco rodado não combina com pedais muito gastos.
12- PNEUS – Dê sempre preferência a um carro com 4 pneus da mesma marca e modelo, o que indica um certo zelo por parte do proprietário. Admita no máximo dois pneus iguais em cada eixo, mas nunca dois pneus diferentes em cada eixo. Dê prioridade para pneus de marcas conhecidas e tradicionais (Pirelli, Goodyear, Firestone, BF Goodrich, Toyo, Yokohama, Michelin, Dunlop, etc...). Pneus de marcas desconhecidas ou com a lateral raspada podem esconder os famigerados pneus recauchutados ou remoldados.
Lataria
2- Observe o carro por baixo e veja se não há sinais de retoques e consertos malfeitos. Abra o capô e verifique se o painel dianteiro é original e se sua solda com os pára-lamas é bem feita (os famosos “macarrões”). Um “macarrão” mal feito é quase sempre sinônimo de batida na dianteira.
3- Descarte veículos que apresentam lataria ondulada e diferenças de alinhamento nas portas. São claros sinais de que o carro foi reparado às pressas numa “boca de porco”;
4- Levante os tapetes de borracha e observe se o carpete apresenta sinais de umidade. Em caso afirmativo, descarte o carro imediatamente. Uma exceção: se o carro tiver ar-condicionado, ligue-o por uns 15 minutos e veja se não há gotejamento na parte inferior direita do painel (o lado do passageiro). Se houver, a solução é simples: basta mandar limpar o dreno do ar-condicionado, que certamente está entupido.
5- Com uma flanela, passe um imã forte sobre a lataria do carro, procurando pontos com massa plástica.
6- Veja a posição dos emblemas e logotipos. Emblemas fora de lugar ou desalinhados quase sempre indicam um serviço de funilaria.
Dicas gerais
1- Não tenha pressa. Encontrar um carro usado em bom estado não é tarefa das mais fáceis. É melhor ter paciência para não acabar ficando com uma “bomba” nas mãos.
2- Estabeleça uma preferência no que diz respeito a motorização (1.8 ou 2.0), combustível (gasolina ou álcool), e equipamentos (ar, direção, trio elétrico, etc...). É só ter paciência que é possível encontrar um carro que atenda às necessidades. Só abra alguma exceção se já estiver há muito tempo procurando e então encontrar um carro que esteja absolutamente impecável e por um preço justo.
3- Procure um carro que esteja com todas ou a maior parte de suas características originais. É difícil, mas não impossível. Cuidado com acessórios não-originais.
4- Tenha em mente que os valores que estão publicados nas tabelas são valores médios de comercialização. Vale a pena pagar a mais para ficar com um carro bem conservado;