Monzeiros, por meio deste depoimento venho a descrever a minha experiência com meu Kadett SL 1.8 E.F.I gasolina.
Desde que peguei o o carro enfrentava um problema de marcha lenta acelerada utilizando o carro, era só parar o bicho no semáforo que eu percebia que o motor estava "girando" além do necessário, acarretando em um consumo de combustível desnecessário. Por um período de quase um ano fiz diversos serviços elétricos no carro que enumero a seguir:
1- Revisão dos chicotes da central de injeção e seus conectores, limpeza e retirada de possíveis "zinabres" e também a verificação de queda de tensão por meio de um voltímetro digital, conforme descrito pelos membros mais experientes do fórum.
2 - Revisão de todos os aterramentos e positivos do carro, comprovando a qualidade da revisão pelo teste de queda de tensão nos fios de aterramento e positivos.
3 - Montagem do scanner EFI elan-scan proposto por Carlos Freire e colegas.
4 - revisão geral e limpeza da TBI, trocado motor de passo e TPS(sensor de posição da borboleta) , o motor de passo estava com muito jogo no eixo e o TPS estava bom mas foi trocado por causa do preço de um novo.
5- limpeza dos contatos da caixa de fusiveis com isopropanol e limpa contatos, usei uma tupware para coletar os residuos, no fim da limpeza um caldo preto de alcool.. haha
6 - retirada do alternador bosch k1 65a 14v para testar seus componentes e limpeza de seus contatos elétricos.
Após todos esses procedimentos o carro passou a se comportar um pouco melhor apresentado o defeito de aceleração na marcha lenta com menos frequência, no entanto o defeito de ficar acelerado continuava, e convicto de que se tratava de algum problema elétrico que fazia a a central nao adotar a estratégia de marcha lenta quando TPS = 0%, segui na busca da raiz do problema, pesquisando incansavelmente, o manual da MULTEC 700 se tornou meu melhor livro por alguns meses.
Eu sabia (maior desconfiança) que o problema era na tensão de saída do TPS, pois por meio das analises gráficas do scanner notava-se um comportamento estranho da voltagem do TPS, com a ignição ligada e o pedal nao pressionado obtinha-se 0,10volts de leitura e ao movimentar o pedal a tensão subia normalmente até 4,7 volts e depois retornava aos 0,10 volts na posição de descanso do pedal, até ai tudo muito lindo e perfeito mas era só ligar o motor que a tensão do TPS ocasionalmente variava para 0,30 0,45 0,00 0,10 (uma salada de tensões aleatórias) e etc fazendo com o que a estrategia de marcha lenta nao fosse adotada pelo modulo de injeção, pois, a variação da tensão do tps era entendida como variações na posição da borboleta de admissão. Cheguei a monitorar a saída de 5 volts da central com o multímetro com o motor frio e quente, sempre a mesma tensão. 5,05 volts DC, nao consegui tirar muitas conclusões sobre isso, pois estava normal a tensão...
Já muito cansado dessa situação, resolvi relaxar e deixar o carango acelerado mesmo e quem sabe um dia eu descobriria o que causava essa variação doida na tensão do TPS..... mas o espírito fuçador nao me deixava descansar, peguei meu multímetro digital e o conectei na tomada de 12 volts interna do carro, a fim de se monitorar o comportamento do alternador com o carro em funcionamento, dando umas voltas com o carro, ligando e desligando consumidores e etc tinha-se uma boa tensão de carga que variava de 13,4 a 13,8 a depender do regime de rotação e consumidores que estavam ativos ou nao. No entanto algo me chamava a atenção a velocidade com que a tensão variava no visor do multímetro, de 13,4 a 13,6 de maneira muito rápida e aleatória, isso com qualquer regime de rotação e consumidores, voltei para a minha casa e peguei meu osciloscópio digital (ferramenta gráfica que mede a tensão em função do tempo num display gráfico)e coloquei no carro e fui dar uma volta... Esperava-se ver uma tensão constante em função do tempo com um pequeno ripple proveniente do alternador e pequenas variações ao ligar consumidores, no entanto havia muitos picos de tensão que ocorriam num intervalo de tempo muito pequeno 0,5ms que beiravam os 16 volts, com o multímetro nao era possível notar isso por causa da velocidade com que o ocorria 0,5ms !!!!
Após isso tornava-se claro que havia algum defeito no alternador, o arranquei do carro e o desmontei por completo, testando a isolação do estator, rotor e carcaça, e fiz os testes na ponte de diodos, tudo em perfeita ordem.
Só me faltava testar o regulador de tensão, procurando na internet achei um blog que ensinava a testar a atuação deste componente com uma fonte de tensão a variável e uma lâmpada, conforme eu descrevo: um teste simples liga-se a lampadinha de 12v por 5 w nas escovinhas e negativo da fonte no negativo do regulador e positivo da fonte do positivo do regulador, a lâmpada deve acender se a tensão estiver abaixo dos 14v e apagar acima dos 14 volts, variando a tensão da fonte o regulador se comportava como deveria. No entanto como o próprio autor do blog descreveu o teste pode ser inconclusivo pois nao comprovava a funcionalidade completa do regulador que poderia estar sujeito a um defeito intermitente ou que só se apresenta-se instalado no alternador!!
Após toda essa jornada de quase um ano só me restava trocar o regulador de tensão, fui lá e comprei com gosto o regulador um BOSCH original por 25 reais apenas, troquei ele e fui dar uma volta no carro. Dei a partida, motor frio, ligou normal meio aceleradinho até esquentar e entrar em 850 rpms conforme o manual do E.F.I 1.8 ( isso nao é um defeito e sim a estratégia da central para esquentar o motor mais rápido e etc), já pluguei o multimetro na tomada de 12 volts do painel e BINGO uma bela tensão de 14,1 volts sem variar, estável, ligava um consumidor (farol) caia para 13,8 e mantinha em 13,8 volts na perfeição, a partir daí fui para a volta de teste, o carro não ficou mais aceleradão ao parar no semáforo e etc, o funcionamento estava perfeito como deveria ser, que emoção deu na hora. Já faz 5 dias que troquei o regulador e o carro está com o funcionamento sereno, como deve ser.
O problema do carro aceleradão era o regulador de tensão do alternador que estava regulando MUITO MAL deixando a tensão de saída com muita "sujeira" e isso fazia com que a central ficasse doida perdendo a estratégia de marcha lenta e talvez outras funçoes prejudicadas
E tem mais o meu muito obrigado a toda comunidade MONZEIROS, vocês são demais, foi por meio daqui que me guiei nos reparos do meu Kadettão. Um abraço a todos
A importância do sistema eletrico estar em perfeita ordem para a injeção eletrônica
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Re: A importância do sistema eletrico estar em perfeita ordem para a injeção eletrônica
Rafael, magnífico trabalho. Persistente e inteligente. Certamente a investigação e a conclusão vão ajudar muita gente por aqui.
Monza 2.0 SL/E álcool 4P 1993 Vermelho Maiorca, AC, DH, VE, TE, RE
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Re: A importância do sistema eletrico estar em perfeita ordem para a injeção eletrônica
Excelente! Parabéns!!!!