Através dessa experiência, boa, saudosista, antiga e eterna de um monzeiro, me deparo com dificuldades inerentes de se ter um Monza. Dificuldades que nos idos de 2006, 2007 eram acessíveis, de fácil superação emocional e financeira, afinal com 20 e poucos anos e muita ideia interessante na cabeça. Mas os anos vão se passando, e a necessidade se mistura com a emoção. E essa mistura de opostos não se cruza. É necessário perseverança, paciência, melhor condição financeira e o coração aberto para os imprevistos - pra não perder o espírito, nem o próprio Monza em meio às adversidades.
Mas como um eterno monzeiro, que mal teve tempo de abraçar o exemplar pra chamá-lo de "meu", frente à inúmeros problemas alheios, a razão bateu mais forte e a decisão - já refletida há alguns meses, foi feita da melhor maneira possível: transferindo aquele que era o "Monza dos sonhos" do humilde Robson Lott aqui, para o amigo Monzeiro que um dia irá se pronunciar!
Como sempre comentei e conseguir com certo empenho encontrar e ir buscar nas entranhas do Estado do Rio Grande do Sul, meu "Monza dos sonhos" eram 2: Um Classic 1993 azul com interior monocromático azul, ABS e motor com injeção LE-Jetronic. Por que? Pelo gosto do Classic, que me remete aos idos de 1995 até 1999, quando meu pai apareceu com o luxo, conforto, potência e até aconchego daquele modelo Preto Nobre, 1992 EFI à gasolina, com o interior todo preto e sutis detalhes âmbar na parte central do painel - lindo contraste! Mas voltando ao modelo escolhido por mim, havia um "quê" de desafio, e queria com os itens mais raros de se ter em um Monza Classic em sua completude! E pra "avacalhar", queria ele azul, com interior Azul Baltic Picasso, aquele com tabelier, vinil, console e bancos azuis!
Esse eu consegui! Não por muito tempo, nem tive o gostinho curtido por muito tempo de ter conseguido garimpar, encontrar e usá-lo por alguns bons KMs! Mas os motivos não entram aqui por conta de redundância!
O segundo seria um Classic 88-90, saia-e-blusa cinza, com interior monocromático cinza, álcool e preferencialmente com câmbio automático. Esse eu encontrei nos idos de 2009, mas o razoávelmente alto valor me impediu de abraçar uma raridade de 40.000 kms originais! Mas essa configuração, como é um sonho, tem de ser buscada e conseguida... E se Deus quiser o farei!
Deixando o bla bla bla, vamos ao que interessa!
Sem grande capital pra completar a quantia de um carro novo + gosto por um antiguinho, lancei o "racional" desafio:
- O alvo: um antiguinho, km relativamente mediana, bons itens de conforto, tamanho mediano, motor razoavelmente potente, CURRÍCULO e que seja GM.
* Por que "com currículo"? Porque foi assim que eu aprendi a ter/usar/abusar/cuidar/manutenir um bom antiguinho!
- Opções por modelo: Astras 98-2000, preferencialmente GLS, sedan e com motor >2.0 8v.
Uma outra seria um Vectra A ou Vectra B, apesar de sim - gostar, mas nunca me empolgar com o Vectra-B, mas era uma opção.
Saindo de GM, optaria por uma marca americana, porém modelos com origens européias: Mondeo, Escort ou Focus.
Uma outra opção: O bom e velho "mal quisto" LE-Jetronic gerenciando um outro GM Família II, mas sob uma carroceria amada por muitos: Kadett GSI
- Definições: Peguei muita informação com o Marcelo Reinert da Atelie do Carro pra quase abraçar o carro de uso dele: Um Astra Sedan 2.0 16v 1999 de Porto Alegre. Muito rico em detalhes preservados, mas umas ferrugenzinhas nos suportes de rack do teto + umas repinturas e a falta de alguns opcionais do modelo GLS como ABS e Computador de Bordo, me fizeram torcer o nariz. Mas era sim, uma excelente opção ainda não descartada!
Vi alguns Focus, 1.6 RoCam, um outro Astra GLS 1999 super interessante de Curitiba (com placas BEM-2016!!!), um Astra hatch 1998 do pai do amigo RMNATO, mas derrepente o mundo parou de girar quando encontrei um anuncio de um Vectra-A com o preço lá nas alturas (do que eu podia pagar!) mas com um currículo EXPLÍCITO:
1994/1995 Azul Cezzane - Original sem restauração (Manutenção necessária e preventiva somente)
Todos os itens NOVOS - Menos de 2000Km rodados após revisão:
04 Amortecedores Turbogás Cofap
04 Molas Fabrini
Batentes de Suspensão e Coxins Axios
Bateria 75Ah Heliar
Pneus Pirelli P6000 (mesmo modelo e medida original de fábrica)
Discos de Freios Varga
Pastilhas Cobreq - Com alarme original
Kit de reparo das 04 pinças de freios - Original ATE
Fluido de freio DOT4
Reservatório de arrefecimento original GM + Fluido arrefecimento
Oleo Ac Delco 5W40
Alinhado em mesa de última geração (3D) - Balanceado
Escapamento original
Alarme Positron com subida de vidros e anti-esmagamento
Compressor do AC original GM + Mangueiras AC originais GM - Temperatura de 6°C na saída do painel
Caixa DH revisada em oficina especializada e autorizada DHB + Mangueiras e fluído do sistema
Pontos de destaque
Acabamento interno original com poucos sinais de desgaste
Todos os vidros originais com logo GM Sekurit
Selos de controle de qualidade originais no para-brisas
Faróis dianteiros BOSCH originais com regulagem elétrica - Made in Austria
Faróis de milha originais - Made in Austria
Teto-solar funcionando perfeitamente
Porta-fitas original no console - Todos os compartimentos em perfeito estado
Eletrônica funcionando perfeitamente - Computador de Bordo / Check Control
Chave original com iluminação
Toca-fitas original Sirrah
Antena elétrica funcionando
Tapetes de borracha originais GM Vectra
Chave de fenda e Chave segredo das calotas - Originais GM
Estepe original P6000 com 5° Roda
Motor original nunca aberto e sem vazamentos - Anda forte e econômico (10Km/l cidade sem ar e com PÓDIUM)
Manual original com NF de manutenção nos últimos 15 anos
Pintura 70% original - Ótima apresentação
Placas originais do ano do carro - Lacre Detran de Chumbo
SEGURADO TOTAL PORTO SEGURO ATÉ OUTUBRO 2016 - APROVADO COM NOTA MÁXIMA NA VISTORIA
Figurinha repetida? Talvez! Pra quem teve um igual mas com uma put@ experiência de levá-lo e trazê-lo de Belo Horizonte para Cuenca - Ecuador, sabe o q q pode fazer com um modelo similar, porém com dotes menos clássicos e mais agressivos!
Os olhinhos brilharam, sai do pensamento algumas canções de 1992/1993 do Tears for Fears que me remetiam a deliciosa época de criança que andava no banco traseiro enquanto o pai guiava um clássico Monza, pra entrar num clima intenso já meio que compreendendo dos próprios gostos, saindo da influência musical dos pais pra curtir um Walkman amarelo "chinês" ganhado de aniversário que recebi por volta de 1994/1995 com rádio FM e AM (só!) mas escutando Jovem Pan as músicas de Ace of Base, Alanis Morissette, início do Eurodance, Raimundos, Whigfield, aquelas propagandas de cigarro na televisão, a vinda do Rolling Stones, o HollywoodRock de madrugada - ainda proibido pra assistir, as primeiras QuatroRodas ganhadas com OS CARROS QUE EU QUERIA TER, enfim...
Uma transição de algo saudosista porém difícil, para outra coisa saudosista, porém mais legítimo às lembranças que tinha na época para algo de um gosto independente, autônomo, uma criança com "poderes" de ter algo!
E assim apareceu quase que no mesmo instante da venda do Monza, a oportunidade de conhecer, verificar, conversar com o ex-dono (que por sinal é um colecionador de mão cheia! Esportivos dos Anos 80/90 com foco em GM!), consultar a opinião profissional de um mecânico e negociar valores, até que derrepente, em questão de horas de êxtase e brainstorm de uma intensa caça aos detalhes do carro, me vi dono de um destacante modelo, não ainda raro, porém em meio ao universo de opções similares, tem seu devido destaque!
Nada mais nada menos que um sedan "quase Monza", pelo fato de sim - ter sido a continuação/evolução natural do Monza no mercado europeu, somado à 150 cavalos puro-sangue debaixo do capô! E sim, "let the games begin!" Um exemplar com seu estado razoável de apresentação (como qualquer carro com 20 anos de uso "normal", sem necessariamente ter sido cuidado à pão-de-ló, somado às características ditas "crônicas" do modelo), porém um excelente estado mecânico e estrutural, garantindo boas diversões ao longo dos vários KMs que quero percorrer com ele!
Um legítimo Opel da década de 90 com suas linhas retas e aerodinâmicas (Cx 0,29), de uma época (1988) em que o Ômega tinha sido seu mentor (1986) porém com a evolução computacional buscando mais otimização de suas linhas, esse exemplar é quase das últimas safras, inclusive ano/modelo em que na própria europa seu "Mark" já se aponsentava (1995), dando lugar ao Vectra-B (que cá pra nós, muito menos carismático, né?!)
Além disso, temos o motor Familia II entitulado C20XE em uma excelente otimização de pistões, bielas, válvulas, alimentação, gerenciamento de injeção sequencial (mesmo com um módulo Motronic com catalisador e sonda lambda), coletores e escape, entregando 150 cavalos a 6.000RPM e 19.95kgf.m de torque lá na casa dos 4.600RPM. Sim, cabeçote fundido com desenvolvimento Coscat na implementação pela Cosworth com 16 válvulas, à moda "old-school", sem a presença notável de duendes e fantasminhas eco-chatos (por mais que seja da geração chamada "Ecotec"!
) pra manipular a potência, tal como nas época tínhamos a LE-Jetronic mandava 121cvs com o módulo EZK contolando a ignição de nossos Monzas MPFI 92-93! Ô época boa!!! hehehehehe!!!!E com as palavras do amigo Vini84 (o mesmo ex-dono do ex-Vectra CD 1995/1996 que tivemos), copio e colo partes de uma sensação compartilhada e editada de alguém que teve a oportunidade de estar num carro (quase igual) desses:
Lott, só um comentário: PQP!
Olha, sem conhecer o carro, mas sabendo do seu critério e do currículo acima, tenho certeza de ser um belíssimo exemplar dos tempos áureos da GM.
Bem, sou suspeito para falar dos carros, pois tive os dois extremos: o confortável e belíssimo CD (seu velho conhecido) e o, não menos belo, mas encapetado Calibra! -- pausa para o momento emoção / saudade! rsrsrs.
Acho que você o uniu os melhores mundos: um belo sedã alemão, muito bem acertado que proporciona um prazer em dirigir que poucos carros conseguem, com a performance de, na minha humilde opinião, uma obra prima em forma de motor.
Não vou me estender muito, pois a saudade do Calibra é muito grande (rsrsrs), mas para falar da performance dele, vou lembra de um celebre momento com ele:
Rodovia Ayrton Senna, rumo ao interior de São Paulo. Carro recém saído de um manutenção mecânica perfeitamente executada, rodando suave. Uma Evoque colou atrás e, aparentemente, quis testar os limites daquele coupe que já trazia mais de 19 anos de muita "experiência". Deixei a emoção me levar e depositei toda minha confiança nele. Confesso que a Evoque acompanhou muito bem. Me lembro de ter olhado no velocímetro e não ter acreditado muito. O ponteiro "beijava" a, quase utópica, marca de 220km/h. O carro completamente na mão. Entramos em uma curva à esquerda, nada muito forte. Levantei um pouco o pé, apenas por precaução, o ponteiro foi para casa dos 180km/h... Na saída da curva, foi só pressionar um pouquinho mais o acelerador que aquele ponteirinho arisco ja voltou a beliscar os 200 novamente! EEEE, que saudade! Ah, a Evoque?... Bem, ela continuo me acompanhando, e visivelmente, com condições de me passar nas retas. Mas acho que depois daquela curva, e a "aula" de eficiência aerodinâmica oferecida pelo Calibra culminando na distância que abri dela naquela situação, rolou uma espécie de "respeito com a lenda". kkkkk
Bom, tudo isso para te dizer que você fez uma ótima escolha! Para por na estrada, não teria pensado em algo melhor!
Parabéns! E põe fotos dele logo por aqui!!!
Claro, por que não!? Será um prazer compartilhar a informação e os sentimentos da aquisição através de (no momento) postar as fotos do anúncio com devidas suas marcas da idade e preservação ao estilo "natural", sem perfeccionismo, só zelo mesmo! :smt020
17 by Robson Lott, no Flickr
WP_20151204_08_46_52_Pro by Robson Lott, no Flickr
4 by Robson Lott, no Flickr
WP_20151204_08_47_07_Pro by Robson Lott, no Flickr
1 by Robson Lott, no FlickrÉ isso ai! Espero curtir muito esse "quase Monza" e um dia voltar a poder realizar meu sonho (eterno) de ter um Monza como segundo carro, pra poder usar, cuidar e manutenir com melhores condições! Afina, sem Monza, mas sempre Monzeiro!!!
Abraços,
Robson Lott
